Estudo propõe reduzir radiação para exames de imagem pediátricos

Iniciativa da Faculdade de Medicina e do Instituto de Física da USP diminui riscos do procedimento nas crianças

Foto: Marcos Santos / USP Imagens

Uma campanha da Sociedade Brasileira de Pediatria alerta para os riscos da exposição excessiva de crianças e adolescentes a exames de diagnóstico por imagem, como raios X, tomografias, ultrassonografias e ressonância. A proposta é estimular o uso racional dessas ferramentas, contando com o apoio de pais e profissionais de saúde. Para melhor entender o assunto, o Jornal da USP no Ar conversou com o professor Paulo Costa, do Grupo de Dosimetria das Radiações e Física Médica do Instituto de Física da USP.

O professor ressalta que o tema é de grande preocupação para o Colégio Brasileiro de Radiologia e toda a comunidade. Não existem regras específicas sobre os exames radiológicos, mas Costa revela duas principais orientações: o princípio de justificação, em que o médico deve atestar a necessidade do procedimento e certificar se já não foi feito em outra instituição; e o princípio da otimização, a fim de garantir que a aplicação do exame seja o mais bem planejada possível, de acordo com as características dos pacientes.

Apesar de haver relação entre a incidência radiológica e riscos subsequentes, como o câncer, ainda não é possível mensurar o quanto um exame de imagem pode incidir nessa questão. Porém, medidas de segurança podem ser tomadas, principalmente no caso das crianças. Costa cita, como exemplo, um estudo conduzido pela Agência Internacional de Energia Atômica, com parceria entre a Faculdade de Medicina e o Instituto de Física. As investigações possibilitaram uma redução da quantidade de radiação nos exames de imagem pediátricos, antes feitos com a mesma parcela dos procedimentos em adultos. A partir da iniciativa, será criado um modelo capaz de expandir o uso desse recurso por outras instituições.

Outra possibilidade de garantir maior segurança nesses procedimentos médicos pediátricos é a criação de uma carteirinha que registre os exames já feitos pelas crianças, comenta o professor. Dessa forma, os procedimentos já realizados seriam de conhecimento do médico e dos pais, e as informações também poderiam auxiliar estudos epidemiológicos no futuro.

JORNAL DA USP

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